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Estou ficando acostumada com as pessoas me chamarem de fria e maluca. Não que estes dois adjetivos à primeira vista pareçam ser complementares, mas na minha situação, são totalmente compatíveis para quem vê de fora. Mas não gosto muito de expor minhas fraquezas e medos, prefiro guardar dentro de mim, não gosto de perguntas, não gosto de remoer nada. Mas isso não é ser fria. Muito pelo contrário. Por ser extremamente sentimental, fecho-me em mim mesma, vivo meus conflitos sozinha e sigo em frente.
Maluca também é uma palavra relativa. Geralmente, as pessoas têm medo de mudar e receio de perder o que já conquistaram, mesmo sabendo que correndo um pouco de risco talvez se vá mais longe. Mas para mim, este adjetivo também não reflete a minha pessoa. Estou ciente das minhas escolhas, e me sinto feliz por ter coragem de seguir caminhos mais complexos do que a maioria, não ter vergonha de fazer algo inesperado e muito menos me entregar a um amor que não precisou nascer de um beijo, mas sim de dentro do coração. Amei Mostafa antes mesmo de ter visto uma foto dele.
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Estou de partida. Amo minha família demais, meus amigos, amo o Brasil, o cheiro desta terra, as coisas que aqui vivi e os sentimentos que floresceram nestes 23 anos. Sou tudo o que sou graças a estas experiências, alegrias, tristezas, desafios e amores. Não gosto de despedidas, até porque acredito que em breve estarei de volta - não sei se para ficar ou visitar - mas sei que a saudade logo passa.
Estou indo para um mundo totalmente diferente do meu. Às vezes penso que já sei tanto, que não vou me chocar. Já falei com dezenas de pessoas, vi fotos, vídeos, sites, músicas, tudo que é possível. Mas a experiência de estar ali, sentir o vento, ouvir vozes, provar sabores... tudo pode ser novo, inesperado, impactante...